A chuva enfim retornou a região Noroeste Paulista do Estado de São Paulo nos últimos dias, vários temporais seguidos, com muita ventania, direito a nuvens de poeira (Fenômeno conhecido como Haboob) e estragos em diversas cidades trouxe um alívio hídrico temporário para a região que hoje é considerada oficialmente a mais seca do país com grau de seca severa reconhecida por órgãos de meteorologia nacionais, segundo dados da Unesp de Ilha Solteira no município de Pereira Barreto, tomando como base estação Agrometereológica localizada na Fazenda Bonança (A 7 km da cidade) desde o começo do mês de outubro 149.7 milímetros de chuva, já superando a média climatológica de 120 milímetros para o mês de outubro.

A chuva chegou mas por que o reservatório ainda está em baixa?

A grande necessidade de geração energética acentuada pela crise hídrica no Centro-Sul do país pode explicar a baixa acentuada do Rio Tietê em nosso cidade, pois as Usinas vem trabalhando a “todo vapor” para dar conta da demanda, dados do Operador Nacional elétrico em seu Boletim Diário da Operação demostram dia a dia a evolução do nível dos reservatórios das Usinas Hidrelétricas de todo o país, no caso de Três Irmãos e Ilha Solteira (Ambas operam quase na mesma cota pois são interligadas pelo (Canal de Pereira Barreto), a queda vem sendo observada a vários meses, interrompendo inclusive o tráfego da Hidrovia Tietê-Paraná causando enormes prejuízos para os exportadores de grãos do Centro-Oeste do país principalmente dos produtores de soja.

Para fins de comparação o lago de Três Irmãos no ano passado (01/10/2021) estava com 59,08% de volume de água com cota em relação ao nível do Mar de 326 metros, no mesmo período deste ano a U.H.E operava em volume morto com 0% de capacidade e cota de 321,02 metros, o boletim mais atual datado do dia 14/10 mostra que a cota agora é de 320,12 metros, quase 1 metro mais baixo do que nos 15 dias anteriores, uma queda extremamente rápida e preocupante.

Cenário Desolador para o Turismo

A baixa do rio atrapalha sobremaneira a vida de quem vive do Turismo na cidade, donos e anchos, Pousadas e hotéis vem sofrendo, justamente num momento crucial que estamos vivendo de retomada após o período mais crítico da Pandemia do novo Coronavírus, segundo informações do Trade Turístico muitas pessoas estão desistindo de visitar a cidade ao ficarem sabendo do cenário atual, na Praia Municipal Pôr do Sol o recuo da margem já chega a 160 metros em alguns pontos.

Imagem de satélite do dia 29/09 da Praia Pôr do Sol – Fonte Landviewer https://eos.com/landviewer/?lat=-20.65598&lng=-51.11290&z=15&id=S2B_tile_20210929_22KDC_0&b=Red,Green,Blue&anti

Paisagem modificada

A equipe do Pereira Barreto.com percorreu alguns pontos as margens do rio para verificar a atual situação (Fotos Mirelle Lelis e Rafael Bassora).

Inhumas (Segunda ponte sentido Bela Floresta)

A água praticamente sumiu no braço do rio localizado no Inhumas, restando apenas um pequeno fio d’água de uma nascente que corre rumo ao Tietê.

Outubro de 2021

Novembro de 2020

Registro de imagens feitas no mesmo local no ano passado.

Ponto Intermodal

Com o lago praticamente 6 metros mais baixo o embarcadouro já não tem mais água e antigas ruínas de construções estão reaparecendo, chamando a atenção de moradores que estão visitando diariamente o local. É possível observar também troncos de árvores cortadas em razão da criação do lago e bebedouro de animais utilizados pela pecuária que por muitas anos estavam submersos.

Outubro de 2021

Ponte do Frigorífico

Na margem direita do braço a água já acabou, inclusive no dia das fotos pessoas caminhamos abaixo da ponte, quase não acreditando neste necessário antes imprevisível.

Outubro 2021

Outubro 2020

Expectativa de chuvas

A expectativa é que as chuvas continuem a cair até o fim do mês de outubro em nossa região bem como em todo Centro-Oeste e Sudeste do Brasil como mostra o gráfico (abaixo) do modelo de previsão do tempo americano (Weather and Climate Data), com volumes de até 100 milímetros. É preciso que chova também em todo o Interior de São Paulo, divisa com Minas Gerais (Rio Grande) e na bacia do Rio Paranaíba para a recuperação dos níveis de forma efetiva e duradoura.

Modelo do http://wxmaps.org/pix/prec8

Texto: Rafael Nonato Bassora

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